A maioria dos telefones vendidos hoje tem baterias não removíveis. No que diz respeito ao Parlamento Europeu, isso pode mudar em breve. Uma comissão foi formada para discutir a possibilidade de uma lei proibindo fabricantes de vender smartphones com baterias fixas. O objetivo é facilitar a substituição de componentes e reduzir o descarte excessivo de lixo eletrônico.
A União Europeia já havia se manifestado sobre o tema em 2020, quando considerou forçar fabricantes a voltar com as baterias removíveis. Caso a medida seja regulamentada, afetará não apenas o setor de telefonia móvel, como também o de outros dispositivos eletrônicos, como patinetes elétricas, notebooks e smart cars.
Apesar do avanço na discussão do tema, para a recomendação do Parlamento se tornar legislação, é necessário que o projeto seja aprovado em outras instâncias. O Conselho Europeu — que é a instituição que reúne os chefes de Estado ou chefes de Governo dos 27 membros da União Europeia — teria de aprovar a medida.
De acordo com o Right to Repair (coalizão europeia focada no direito ao reparo de produtos), o texto-base do projeto prevê ainda que as baterias dos eletrônicos de consumo devam estar disponíveis como peças de reposição por um mínimo de dez anos após o último modelo estar disponível no mercado. Isso deve prolongar a vida útil de equipamentos.
Ainda de acordo com o Parlamento Europeu, a decisão final da comissão que estuda o tema está prevista para ocorrer durante o Conselho do Meio Ambiente, neste dia 17 de março. Se as negociações funcionarem, o acordo pode ser aprovado em 2022, com entrada em vigor a partir do dia 1° de janeiro de 2024. As marcas devem receber entre 12 a 24 meses para cumprir a legislação.
As baterias integradas têm vantagens e desvantagens. A decisão por parte de fabricantes como Apple e Motorola de tornar esses componentes tão inacessíveis aos usuários é explicada, em parte, pela liberdade em desenhar o produto. Com isso, é possível desenvolver smartphones e notebooks cada vez mais finos. Esse tipo de construção ainda permite, em tese, um nível maior de proteção dos componentes internos, já que estes ficam menos expostos a partículas de poeira, por exemplo.
As baterias removíveis poderiam aumentar o grau de reparabilidade dos dispositivos Samsung, já que proibiria a empresa de colar baterias no chassi dos produtos usando adesivos — prática que dificulta o conserto do aparelho e torna o processo mais caro. A partir de 1º de janeiro de 2023, a União Europeia deseja proibir tal prática, que deve incluir tablets, computadores móveis, fones de ouvido sem fio, patinetes elétricas e outros produtos movidos a bateria.
Via: TechTudo